Fala pessoal, tudo beleza? Hoje quero iniciar uma série de posts (de regularidade desconhecida e completamente caótica) falando sobre os mais icônicos nomes dos mundos de Dungeons and Dragons. Para iniciar decidi falar sobre aquela que movimentará o primeiro arco de aventuras oficias da nova edição do D&D: Tiamat, a rainha dos dragões.
A Tiamat mitológica
Para a religião mesopotâmica, ela é um monstro do caos, uma deusa primordial que, através de sua união com Abzûl (deus da água fresca), deu origem aos deuses jovens. Tiamat era representada como uma serpente marinha ou um dragão (que só tem uma cabeça, nada de cinco cabeças aqui) e era vista sob dois pontos de vistas antagônicos: a pacífica criadora do universo e a personificação do caos primordial.
A Tiamat do D&D
Tiamat é a poderosa deusa-rainha dos dragões cromáticos e uma das vilãs mais icônicas do Dungeons and Dragons. Vejamos como a retrataram ao longos das edições:
D&D 1ª Edição (1974-1976): Ela foi introduzida no suplemento Greyhawk (1975) e era conhecida apenas como "Rainha dos Dragões" e "O Dragão Cromático".
AD&D 1ª edição (1977-1988): Ela apareceu no primeiro Monster Manual (1977) e enfim recebeu seu nome e sua primeira alcunha: Tiamat, o dragão cromático, rainha dos dragões malignos. No artigo Nine Hells Part I, que saiu na Dragon #75, Ed Greenwood a descreveu como governante de Avernus, o primeiro Inferno.
Uma curiosidade bacana para os mestres é que no módulo H4 The Throne of Bloodstone, Bahamut (deus-rei dos dragões metálicos) conta para os personagens jogadores que a Varinha de Orcus (príncipe demônio dos mortos-vivos) só pode ser destruída se for banhada com o negro e abominável sangue negro do coração de Tiamat. Que puta plot para uma campanha épica, hein?
AD&D 2ª edição (1989-1999): Tiamat foi detalhada como divindade e teve sua igreja descrita no suplemento Monster Mythology (1992). Entretanto desde 1990 ela já era considerada uma divindade, ainda que apenas no cenário Forgotten Realms. Em 1996 ela foi incluída na cosmologia de Planescape através do suplemento On Hallowed Ground. Além disso ela também apareceu nas páginas da Dragon e no suplemento The Cult of the Dragon (1998).
D&D 3.0 (2000-2002): Ela apareceu em um dos previews da terceira edição na Dragon #272 e esse material foi revisto no suplemento Manual of the Planes (2001). Em 2002 ela retorna ao panteão de Faerun no suplemento Faiths and Pantheons, apesar de já ter sido brevemente citada como divindade no Defenders of the Faith (2000). Ela é, então, expandida em 2002 no Deities and Demigods.
D&D 3.5 (2003-2007): Aqui tivemos muita coisa sobre Tiamat. Sua igreja e seu papel como divindade dracônica foi detalhada nos suplementos Draconomicon: The Book of Dragons (2003), Complete Divine (2004) e Races of the Dragon (2006). Enquanto isso, o suplemento Fiendish Codex II: Tyrants of the Nine Hells (2006) amplia o seu papel nos Nove Infernos.
D&D 4ª edição: Na 4e ela passou a compor o panteão do cenário básico da edição e foi melhor detalhada, ganhando até mesmo uma ficha, no suplemento Draconomicon: Chromatic Dragons (2008).
Descrição física: Tiamat é a rainha dos malignos dragões cromáticos, ela possui cinco cabeças, uma para cada espécie de dragão cromático clássico (vermelho, branco, azul, verde e negro), cada uma com os poderes representativos de cada cor. Seu corpo é uma mistura das formas das cinco espécies de dragão por ela representadas e seu cauda é similar a de um wyvern, terminando em um longo ferrão venenoso. Quando assume uma forma humanoide ela é descrita como uma feiticeira humana de longos cabelos negros.
Relações: Tiamat é cria de Io, deus criador dos dragões e seu irmão, Bahamut, é seu principal e eterno rival. Em Avernus, primeira camada de Baator, como também são conhecidos os Nove Infernos, ela comanda três baatezu nobres, povo de Baator ou diabos. Maphas, que comanda 40 legiões de abishai (diabos que se assemelham em forma a dragões humanoides); Amduscias, que comanda 29 legiões de abishai; e Goap, que comanda 3 legiões de erynies (anjos caídos). Além disso ela possui cinco seguidores máximos: um dragão cromático ancião de cada uma das cores clássicas.
Periodicamente ela entra em embates com Marduk, de Arcadia, e Bahamut, sua contraparte leal e boa. Heironeous e Moradim também são seus inimigos declarados. Apesar de afirmar que não precisa de aliados, Tiamat possui acordos com Bel, lorde do primeiro Inferno, e com algumas poucas divindades malignas. Na quarta edição, Tiamat está em constante batalha com Zehir, maligno deus da escuridão e venenos, desde que ela invadiu seu reino: Tytherion.
Covil de Tiamat: Estende-se por um vasto conjunto de colinas e altas montanhas próximas a um pilar, feito com as atormentadas cabeças dos mentirosos, e um poço de vermes. As únicas forma de se alcançar a caverna de Tiamat é voar sobre o asqueroso poço ou nadar por ele. Nesta caverna está o principal portão para o Segundo Inferno, entretanto para alcançá-lo é preciso passar pela Câmara da Ganância, onde numerosos tesouros amaldiçoados compelem os fracos de coração a roubá-los. Dentre as muitas câmaras deste gigantesco complexo destacam-se aquelas que abrigam Tiamat e seus cinco dragões cromáticos anciões.
Um fato no mínimo curioso é que no cenário básico da 4e, após ela invadir Tytherion, reino de Zehir, ela conquistou as cavernas subterrâneas e forçou a Serpente da Meia-Noite, alcunha pela qual o deus dos venenos é conhecido, a abandonar seu covil e se refugiar na superfície, onde ele teve tempo para organizar seus devotos e preparar seu exército. Agora Tiamat vive no subterrâneo, onde Zehir mais gosta de estar, e ele está na superfície, onde Tiamat gostaria de estar. Entretanto nenhum dos dois deuses aceita negociar e o clima de guerra é constante. Apesar dessa história, ela continua habitando o primeiro Inferno em Forgotten Realms da 4ª edição.
Dogmas: Ela é uma deusa gananciosa, vaidosa e arrogante que personifica a força dos dragões malignos. Seus objetivos são espalhar a maldade, destruir as forças do bem e a prosperidade de seu povo e ela jamais esquece uma desfeita/desrespeito. Apesar de eventualmente ser responsável por grandes chacinas, seus principais estratagemas são sutis e de difícil detecção, o que a levou a ser constantemente comparada a um titereiro que, na escuridão, manipula suas crias.
Clero: A igreja de Tiamat segue uma rígida hierarquia, que começa na casta dos Zeladores do Cálice de Cobre e segue na ordem de importância: Defensores do Escudo de Prata, Guardas da Armadura de Eléctrum, Guardiões do Cetro de Ouro, Protetores da Coroa de Platina, Escamas do Ancião Branco, Chifres da Besta Negra, Asas do Colosso Verde, Presas do Diabo Azul, Sopro da Devastação Rubra e Escama das Trevas (posto máximo). As principais atividades dos servos da Rainha dos Dragões é acumular tesouros e minar outras igrejas.
Existem dois rituais importantes para a ordem: Tithing, que consiste no rito de oferenda de tesouro para a deusa; e o Rito de Respeito, onde um servo não-dragão realiza um complicado cerimonial em honra a um dragão cromático (que deve estar presente).
Templos: São construídos em covis abandonados de dragões e são repletos de riquezas, que servem de oferendas para Tiamat, e armadilhas, para afastar os hereges e infiéis.
A queda de Tiamat: Muitas teorias tentam explicar a razão pela qual a deusa dos dragões cromáticos está aprisionada nos Nove Infernos. A explicação mais aceita é que Io, deus primordial dos dragões, criou três entidades dracônicas: Vorkel, Bahamut e Tiamat. Esta, teria matado seu irmão mais velho (Vorkel) e tentou incriminar o Dragão de Platina (Bahamut) por isso, porém Io percebeu as enganações de sua filha e a baniu do Plano Material Primário.
O arco de aventuras iniciais da próxima edição de D&D abordarão justamente o fato de sua igreja estar em busca de uma maneira de libertarem sua deusa de sua prisão infernal. Massa, né?
E aí, o que acharam dessa postagem? Curtiram a coluna? Se sim, indiquem qual deve ser a próxima celebridade do D&D que devo apresentar aqui.
PS: Usei como fontes para escrever este post o Draconomicon da 4e, e os seguintes links: Tiamat no D&D, Tiamat mitológica.
A queda de Tiamat: Muitas teorias tentam explicar a razão pela qual a deusa dos dragões cromáticos está aprisionada nos Nove Infernos. A explicação mais aceita é que Io, deus primordial dos dragões, criou três entidades dracônicas: Vorkel, Bahamut e Tiamat. Esta, teria matado seu irmão mais velho (Vorkel) e tentou incriminar o Dragão de Platina (Bahamut) por isso, porém Io percebeu as enganações de sua filha e a baniu do Plano Material Primário.
O arco de aventuras iniciais da próxima edição de D&D abordarão justamente o fato de sua igreja estar em busca de uma maneira de libertarem sua deusa de sua prisão infernal. Massa, né?
E aí, o que acharam dessa postagem? Curtiram a coluna? Se sim, indiquem qual deve ser a próxima celebridade do D&D que devo apresentar aqui.
PS: Usei como fontes para escrever este post o Draconomicon da 4e, e os seguintes links: Tiamat no D&D, Tiamat mitológica.
Adorei seu post, bem detalhado, conseguir tirar informações valiosas dele
ResponderExcluirAdorei seu post, bem detalhado, conseguir tirar informações valiosas dele
ResponderExcluirGostaria da ficha do tiamat d&d
ResponderExcluirNo cenário Dragonlance de D&D a deusa Takisis também aparece como um dragão de 5 cabeças nas cronicas, inclusive foi ilustrada dessa forma quando ocorreu a prisão do general dourado, Laurana.
ResponderExcluirSerá que um paladino draconico que louva Tiamat fica legal em uma campanha de D&D 5E ?
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