12 de janeiro de 2014

Vilanizando o Panteão - A Igreja de Hyninn


Misteriosos assassinatos têm ocorrido na Sede da Milícia de Valkária. Neste grande prédio, entre outras funções, são mantidos alguns presos de menor importância enquanto estes esperam seu julgamento. Nas últimas semanas foram brutalmente assassinados sete dos dezenove presos que se encontravam na Sede. Cada um deles morreu de uma forma dolorosa e diferente, boatos falam que um foi envenenado com o que aparentava ser extrato de mantícora, outro foi esquartejado enquanto dormia e outro fora decapitado em pleno pátio para banho de sol. A milícia de Valkária tem feito o possível para manter o caso em segredo e desmentir todos os boatos, mas não obteve sucesso nesta tarefa. Dizem, no submundo da capital de Doheon, que tudo é obra de Hyninn. Bom, na verdade de um de seus cultistas mais fervorosos.

Todos os crimes foram muito bem planejados e executados. Nenhum dos guardas viu ou ouviu nada, apenas os prisioneiros alegam que uma figura usando pele de raposa é o responsável. Eles falam que a misteriosa raposa assassina, como eles a chamam, faz questão de que eles assistam os crimes, como se estivesse brincando com suas mentes, inserindo medo e pavor em seus corações. As noites na Sede da Milícia são uma tortura para eles, cada barulho os faz saltar de suas camas e a cada vulto que pensam ter visto do lado de fora suas mentes se tornam ainda mais quebradas e débeis.

Hoje trabalham na Sede da Milícia doze homens da lei: um capitão da guarda, responsável pela administração da Sede; dois sargentos, sendo um responsável pela organização dos milicianos que atuarão nas ruas e outro responsável pelos que trabalharão na própria Sede; e nove milicianos, que atuam exclusivamente na Sede.

O capitão só trabalha no período da manhã, enquanto que os sargentos saem da milícia em algum ponto do meio da tarde. Os nove milicianos se dividem em três trios e cada um deles trabalha em um turno: manhã, tarde e noite. Em entrevista para a Gazeta do Reinado nenhum deles relatou saber de nada sobre o assassino, mas se mostraram empenhados em resolver o caso e recuperar a impecável reputação da Milicia de Valkária.

Hyninn é a divindade da trapaça, da esperteza e dos ladrões e seus devotos procuram encarnar os ideais de seu Deus e, desta forma, louvá-lo. Para alguns cultistas mais fervorosos, como é o caso da raposa assassina, ser capturado e pagar por seus crimes é a ofensa máxima a Hyninn e os pecadores devem ser punidos com uma morte lenta e dolorosa.

A Raposa Assassina encontrou seu propósito e está em missão sagrada. Ela tem se tornado precisa e confiante a cada novo assassinato que comete. Ela aprendeu a incubar o medo nos pecadores e o doce sabor que tem atormentá-los. Há relatos de casos parecidos em outros reinos, aparentemente outros cultistas têm seguido seus passos. Ela gosta disso, é sinal que Hyninn aprova a limpeza que tem realizado. Curiosos e aventureiros já se colocaram em seu caminho e tentaram desvendar o mistério. Todos mortos.

A Raposa Assassina está segura enquanto continuar trabalhando como guarda na Sede da Milícia, afinal ninguém desconfia de um miliciano.