18 de setembro de 2012

Pontos de Vida ou Pontos de Acerto?

Como vocês, mestres narram seus combates? Cada golpe que o monstro ou o jogador acerta você descreve cortes, ferimentos e sangue? Bom isso leva a um problema exemplificado na imagem ao lado.


Particularmente eu uso os ponto de vida como pontos de acerto (hit points). Mas o que isso significa?

É simples, cada golpe que o monstro/vilão/aventureiro acerta não fere o inimigo necessariamente. O acerto pode implicar na diminuição do vigor físico do atacado (cansaço), na diminuição de moral, no crescimento do medo. 

Tudo isso pode culminar, no momento que os PVs são zerados, naquele derradeiro golpe, que este sim provoca o ferimento, e muitas vezes a morte.

Mas para implementar isso o mestre precisa se acostumar a narrar os combates de forma diferenciada e, principalmente, os jogadores precisam entrar nesse clima.

Exemplo:

Mestre: Rolei 13+4, dá 17, acertei? Ok, perca 12 pontos de acerto. O orc ergue o machado e o golpeia de cima para baixo. Por instinto você coloca o escudo acima da cabeça e consegue se proteger do golpe, porém a força da criatura é claramente maior que a sua, colocando você em dúvida se pode realmente vencê-lo.

Jogador: Sem problema, vou mostrar a ele quem é Kabroll. Putz, rolei 3+2. Errei. Ok, você tenta golpeá-lo com sua espada longa, mas ele apara o golpe com o machado e já se prepara para golpeá-lo mais uma vez.

Mestre: Rolei 19+4. Acho que te acertei de novo não é? Agora reduzo seus pontos de vida (acerto) para 2. O orc se irritou com o fato de você tentar atacá-lo. Ele o golpeia mais uma vez. E dessa vez o escudo, que você usou para se proteger, ficou muito danificado. Você quase não tem mais forças para se manter em pé e enfrentá-lo. O medo o paralisa.

Jogador: Caramba, vou tentar atacá-lo mais uma vez, e então vou correr. Rolei 20! Toma aí! Sensacional. Ainda que tremendo de medo, você desfere um golpe a esmo, buscando atingir a criatura, embora a essa altura não importa exatamente onde. Você mal acredita quando sente a sua espada perfurar a criatura. Abre os olhos e vê que a sua arma atravessou o crânio da criatura, que neste momento cai, inerte, aos seus pés enquanto o sangue escuro e grosso escorre pelo chão.

2 comentários:

  1. Muito bom o post cara, concordo com você. Acho que quando os personagens são mais poderosos nós podemos narrar eles se ferindo, sangrando e lutando mesmo assim, no filme 300 a gente ve isso claramente.

    Eu tive um problema com pontos de vida uma vez na minha mesa que o jogador que jogava de ladino queria cortar o pescoço do cara, eu não deixei porque isso mataria o inimigo e ele tinha muitos pontos de vida ainda.

    Acho que depende muito do bom senso e da situação, não é?

    Abraço

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  2. Achei esse post, mas parece que já se passaram alguns anos não é? rs
    gostei da ideia e na verdade, sempre quis contornar esse negócio de pontos de vida para os rpgs d20, porque sabemos que para gurps isso não costuma ser muito que um problema...
    pode explicar melhor como implantar essa mecânica nos sistemas d20? Tormenta, D&D 3.5, 4ed, 5ed, o que preferir. No meu caso narro bastante tormenta rpg.

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