![]() |
Quanto mais defeitos, mais interessante fica o personagem |
![]() |
Não importa a ficha, o cara sempre interpreta, e age como, o mesmo personagem |
Quem nunca viu um jogador que escolhe jogar de paladino mas resolve ser leal e bondoso apenas quando lhe convêm? Porque será que isso acontece? Será que o jogador vem pra mesa de RPG querendo ganhar no jogo? Acho que sim. Acho que RPG como Dungeons and Dragons, e seus muitos derivados, até certo ponto estimulam isso, ainda que de maneira inconsciente.
Uma das coisas que mais gosto, quando crio um personagem é criar defeitos para eles. Meu atual anão paladino é preconceituoso com outras raças e isto, entre outras coisas, lhe custou o poder divino. Hoje sou um paladino caído, mas porque escolhi ser e procuro redenção. Acho que isso dá uma boa história e dá muito pano pra manga. E eu tento agir no mundo de campanha em que jogo, Arton, como o meu personagem e não como eu mesmo.
Recentemente eu cheguei em um impasse. Meu paladino, ainda que sem poderes divinos, se comporta como um verdadeiro paladino e não aceita criminosos em sua companhia. Mas ele descobriu que um dos personagens do grupo tinha uma relação estreita com uma poderosa organização criminosa do mundo.
![]() |
Na teoria deveria ser assim. |
Como um paladino da justiça era minha obrigação levar o personagem preso para ser julgado pelos seus crimes, cheguei até mesmo a falar que caso entregasse a organização isso seria muito relevante no julgamento e poderia influenciar positivamente para ele. Como jogador eu sabia que isso era uma situação chata na mesa, principalmente porque o outro jogador é extremamente apegado aos personagens que criava e é conhecido pelo meta-game que faz. E então, o que eu deveria fazer?
Optei por seguir o meu personagem, interpretar um paladino da justiça (nível 20 e em penitência para recuperar os poderes divinos) e levar o outro personagem para se apresentar a um tribunal. O outro jogador levou para o pessoal e isso causou muitas discussões e um problema muito chato na mesa, pois ele tentava usar de meta-game para evitar a situação e ficou muito chateado com a situação.
A situação se desenrolou com a morte de todo o grupo e o fim de uma campanha que é jogada desde o lançamento do Tormenta RPG (2010 se não me engano). O mestre, incrédulo do que estava acontecendo fez um malabarismo e "salvou" a campanha, mas o clima da mesa estava comprometido.
Mas aí eu pergunto a vocês: não estávamos jogando role playing game? Não deveríamos interpretar personagens e saber diferenciar o jogo do real? É lógico que a história continuaria, talvez ainda mais interessante do que estava. Mas não, tudo se resolveu da pior maneira possível. Eu fiquei com um pé atrás com essa situação, pois durante todo o desenrolar da confusão vi uma sucessão de meta-game, com jogadores usando seu conhecimento pessoal no lugar do conhecimento dos personagens e coisas do tipo.
A situação se desenrolou com a morte de todo o grupo e o fim de uma campanha que é jogada desde o lançamento do Tormenta RPG (2010 se não me engano). O mestre, incrédulo do que estava acontecendo fez um malabarismo e "salvou" a campanha, mas o clima da mesa estava comprometido.
Mas aí eu pergunto a vocês: não estávamos jogando role playing game? Não deveríamos interpretar personagens e saber diferenciar o jogo do real? É lógico que a história continuaria, talvez ainda mais interessante do que estava. Mas não, tudo se resolveu da pior maneira possível. Eu fiquei com um pé atrás com essa situação, pois durante todo o desenrolar da confusão vi uma sucessão de meta-game, com jogadores usando seu conhecimento pessoal no lugar do conhecimento dos personagens e coisas do tipo.
Isso é apenas um desabafo, mas a questão se desenrola em diversas outras questões. Eu jogo RPG porque acho massa interpretar um personagem, muitas vezes bem diferente de mim mesmo. Acho a ideia de criar um personagem, rico em histórico e maneirismos muito interessante e isso é uma das coisas que mais gosto. Será que RPG não é isso e eu estou jogando errado a anos?
Será que um problema como esse aconteceria em um RPG narrativista? Será que o problema é do sistema? Ou dos jogadores? Ou meu, afinal pra que interpretar um personagem? O que vocês acham? Já tiveram um problema similar em suas mesas? Como lidam com essa questão? Comentem a baixo.
Será que um problema como esse aconteceria em um RPG narrativista? Será que o problema é do sistema? Ou dos jogadores? Ou meu, afinal pra que interpretar um personagem? O que vocês acham? Já tiveram um problema similar em suas mesas? Como lidam com essa questão? Comentem a baixo.